Noticiário Periférico

Assim como explica o nome, nessa seção do NP, você vai encontrar algumas de minhas percepções e discussões sobre referências históricas e sociais utilizadas em letras de músicas.   Arte:   Rodrigo Corrêa O lançamento do grupo Attica!, parte do selo Carranca Records, traz uma reflexão sobre a luta diária contra o racismo e o embranquecimento do povo preto, e é também uma homenagem a memória dos nossos antepassados e uma celebração da nossa história. Vou discutir sobre as referências com cunho histórico e social que eu percebi utilizadas nos versos de cada um dos rappers, lembrando que são minhas percepções como ouvinte, pode não ser a intenção real do autor.  Vocês podem conferir a letra completa do som  aqu i, enquanto assistem ao clipe :              As primeiras linhas do som já nos trazem uma referência espetacular, Cassius Clay é o nome, antes da conversão para o islamismo, da lenda do boxe Muhammad Ali. Ali tem uma história espetacular, que merece uma a

Morador da Cohab I,  zona leste de SP, Vinícius estuda cinema no Sul e volta  com um curta metragem inspirado em sua mãe e as mulheres de sua família. Confira! Se apresente, quem é o Vinícius Silva ..?  R: Sou um jovem negro da Cohab I, zona leste de São Paulo que o mundo girou, girou, girou e fui estudar cinema no Rio Grande do Sul. Após muitas batalhas, voltei como cineasta estreante na direção do curta metragem Deus(2016) e agora tenho que lidar com isso. Onde o Vinícius pretende chegar.? R: Na minha vida sempre foi complicado olhar longe, sempre foi uma frustração sonhar e depois ver que não vai acontecer, hoje tenho sonhos, mas é aquilo uma coisa de cada vez, e hoje por mim e por outras pessoas que chegam e falam sobre o meu trabalho, vejo que tenho algo a fazer com o cinema e pretendo realizar mais filmes, viver de cinema, e inspirar com meus trabalhos e caminhada novos jovens negros. De onde você é, e como foi sua inf

texto: Sul21 O grupo de hip hop de Esteio, Rafuagi, lançou um clipe intitulado “Manifesto Porongos” para lembrar o massacre de negros escravizados ocorrido durante a Revolução Farroupilha. Na música, utilizando versos do poeta negro Oliveira Silveira, a letra do Hino do Rio Grande do Sul é alterada e o trecho “povo que não tem virtude acaba por ser escravo” dá lugar a “povo que não tem virtude acaba por escravizar”. Além do clipe, o grupo produziu também o minidocumentário “Manifesto Porongos”, que traz a colaboração de diversos líderes do movimento negro nacional, historiadores e artistas como Leandro Karnal, Juremir Machado, Odete Diogo (Unir Raças), Jorge Euzébio Assumpção, Naiara Oliveira (filha do poeta Oliveira Silveira) e o quilombola Ségio Fidelix, entre outros. O vídeo tem direção, edição e câmera de Thiago Köche, produção de Karen Lose, roteiro de Rafa Rafuagi, Karen Lose e Thiago Köche, e animações de Marcel Trindade e Mamau. A letra é de Rafa Rafuagi,

ARTE FEITA PELO RODRIGO CHIOCKI Dia 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra. Muitos pensam que é um dia de comemoração, mas na verdade não é, pois foi em 20 de novembro de 1695 que Zumbi dos Palmares foi morto por um famoso bandeirante. Esse dia é dedicado à reflexão e conscientização. O Noticiário Periférico tem o prazer de lançar a coletânea *A Coisa Tá Preta*, que reúne MCs de diferentes partes do Brasil! São 15 músicas com temas centrais como negritude, racismo, a denúncia do tratamento desigual que enfrentamos perante a polícia e, claro, empoderamento. A coletânea conta com a participação de Leopac, de Minas Gerais, na produção da faixa "A Coisa Tá Preta," que abre a coletânea. Participam também Yzalú, de São Paulo; Max Souza e Sara Guedes, de Minas Gerais; Arielly Oliveira, de Alagoas; Thiago Elnino, do Rio de Janeiro; Projeto Preto, de São Paulo; Omnira, de São Paulo; Raffa Moreira, de São Paulo; Delatorvi, de Minas Gerais; Afrocalipse, do Rio Grande do Sul

Lucas Lins tem 18 anos, mora em são paulo, zona leste é poeta e já conseguiu publicar um Livreto de poesia.  Conheça mais sobre o Jovem Lucas Lins. Quem é Lucas Lins é onde ele pretende chegar?  R: Lucas Lins é um poeta sonhador, que quer chegar principalmente no coração de quem não tem o hábito da leitura. Fale um pouco sobre sua infância, sempre gostou de ler...? Como era na escola, você era um bom aluno? R: Eu sempre gostei de ler, desde a infância sempre procurei ler alguma coisa, não necessariamente um livro, mas uma revista, um gibi, uma notícia. Nunca fui popular na escola, era um aluno mediano sempre tirava notas satisfatórias. Como a leitura e a poesia entrou na sua vida?   R: Como disse sempre gostei de ler, recentemente encontrei com um professor que me deu aula na 6a série do fundamental, lembro dele passando a atividade sobre o poema Triste Partida do Patativa do Assaré. É o registro mais antigo que tenho de poesia, talvez ali ele enha plantado uma semen