[LANÇAMENTO] DJ Caique junta o que há de melhor e nos apresenta FORÇA MOTRIZ, confira
O renomado produtor musical Dj Caique, responsável pelas coletâneas Coligações Expressivas, que sempre nos chamam a atenção, lançou na última semana, o disco inédito e muito importante para a cena do Rap Nacional. O disco "Força Motriz", conta com a participação de artistas mulheres cis e pessoas trans, e vem com 13 faixas que passeiam pelas sonoridades que amamos no Hip Hop, como RnB, Soul, Jazz e Trap. O disco traz participações incríveis de Indy Naíse e Yasmin Olí, Bia Doxum, SoulRa, RAP Plus Size e Killa Bi, WinniT, Dory de Oliveira, Souto Mc, Boombeat, Nathy MC, Nanda Effer, Dani Zenker, Mel Dominguez e Serena Ramos. A capa do álbum foi feita por Raquel Dama.
Segundo a definição, "Força motriz" significa a força que impulsiona, que faz mover ou ocasiona movimento. E é isso que dá pra sentir ouvindo esse disco, tudo se encaixa, desde a combinação entre a artista e o beat, até a escolha da sequência das faixas, tudo está em perfeita conexão.
A faixa que abre o disco é "Fazendo História", de Indy Naíse e Yasmin Olí. A faixa que está na playlist oficial do Spotify, “Só As Mina", abre a narrativa do disco, sobre os corres, a manuntenção do foco em fazer o seu e manter a auto estima; discurso que se contempla também na faixa "Cabulosa", com a participação de BIA DOXUM. Com versos como "qual respeito você tem se eles tirarem seus like?", BIA dá o papo em qualquer possibilidade de desrespeito com a sua e as demais trajetórias de outras mulheres MC's.
Preciso lembrar, que todos os refrões desse disco são sensacionais, mas eu particularmente amei o dessa terceira faixa, "A mina do som", cantada por SoulRa. "A mina do som chega do nada", com um refrão cantado, que dá vontade de sair dançando por aí, simulando tocar um sax, sei lá, mas dá vontade de mostrar que a gente tá junto com SoulRa, em movimento.
Segundo DJ Caique, no começo do ano passado, ele pensou em fazer a versão "Azz Veizz" com as minas, e ele foi surpreendido com tantos sons bons, que foi conferindo e resolveu fazer o álbum "Força Motriz". O álbum possui algumas faixas com videoclipe, e a música "Resumo das Ideias", que tem participação do duo RAP Plus Size e Killa Bi é uma dessas, o videoclipe tem direção da Priscila Mello e Lado Sujo da Frequencia. Em "Resumo das Ideias", que foi o primeiro single do álbum a ganhar as ruas, temos a definição de sujeira. Som pra fechar a cara e ouvir Sara, Jupi77er e Killa Bi rimando num beatzão vileiro, com direito a colagens de Dina Di.
Mantendo o ritmo, podemos ouvir a próxima faixa, "Feeling Good Na Voz De Nina", com a participação de WinniT. No videoclipe com direção por Careca Tulli e Doisg Brombini, podemos ver WinniT rimando, apesar do ambiente que tende a mostrar algo mais intimista, WinniT nos faz ter vontade de gritar vários versos, pra que geral sinta a força, como o refrão nos traz "negro e poder combinam, não tem como negar, é Feeling Good na voz de Nina".
A sexta faixa do álbum traz Dory de Oliveira em "Àgbára", palavra em yourubá que significa "potência". O som se inicia com um refrão cantado, parafraseando Tim Maia em "Ela Partiu", Dory descreve uma pequena parte do cotidiano de uma pessoa violentada de alguma forma. Potente nas rimas, Dory mostra quem é, e porque sempre esteve aqui.
A sétima faixa "Talismã", traz Souto MC e Srta Paola. Souto sempre é bastante forte em tudo que canta, e o clipe harmoniza com os versos, 1000 punchlines por segundo.
Boombeat, incrível como sempre, traz seu talento feat. deboche na faixa "Não brinca". O boombap ritmado do DJ Caique, como dizemos aqui no interior "ornou" demais. Podemos materializar um dia de baile, com as gata se arrumando e saindo pra rua, Boombeat abre o desfile, seguida por Nathy MC no som "A noite não tem fim", que é pra ouvir com os drink na mão e com "o juju" na cara.
Passando o baile, o álbum nos "chama pras ideias" com Nanda Effer, no gangsta "Inimigos Intímos", que nos remete a grandes clássicos do rap nacional, misturando papos de visão e um beat clássico. Ambiente que se estende ao som "Linha de Frente" com a participação de Dani Zenker. Rimas seguras, sem referências incapazes de entender, o que passa aquela sensação de que precisamos prestar mais atenção nesses pontos.
Encaminhando para o fechamento do disco, Mel Dominguez em "O que nasci pra ser", retoma a visão trazida por Indy Naíse e Yasmin Olí, sobre a auto estima e o foco no próprio trampo, num beat mais calmo e que reforça a ideia do álbum, o movimento de todas essas pessoas incríveis.
O fechamento do disco vem com Serena Ramos, em "Libertação", e é lindo. O título é auto explicativo, é sobre Libertação, sobre espaços, existência entre outras "intimidades coletivas".
Ouçam "Força Motriz", é incrível, potente, e reúne a melhor arte de tantos corpos em movimento.
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