Rincon Sapiência divulga track list, capa e data de lançamento do álbum “Galanga Livre”




Primeiro álbum do Mc mistura sonoridade única e poesia politizada ao abordar a afrodescendência

Mc de grande destaque na atual cena do rap nacional independente, no dia 25 de maio (quinta-feira) Rincon Sapiência lança o seu primeiro e tão aguardado álbum “Galanga Livre”, em versão digital. O disco físico chega às lojas no dia 15 de junho. Aprimorando a originalidade de suas composições, já marcadas por influências das músicas africana, eletrônica e jamaicana, no novo disco ele revela maturidade poética e musical em 11 faixas e mais duas bônus tracks. A notória negritude que distingue o trabalho de estreia do Mc paulistano se faz sentir nos ritmos, que vão desde a capoeira até o blues, passando pelo coco e pela tropicália, até o afrobeat, permeadas pela sua veia rock and roll característica. Atestando o seu talento como produtor, as músicas foram todas produzidas pelo próprio rapper, com exceção de “Amores às Escuras” (Gambia Beats).

O álbum conta com a coprodução musical, mixagem, e direção do experiente William Magalhães (Banda Black Rio), união que conferiu o equilíbrio entre a ancestralidade e o moderno. Masterizado por Arthur Joly (Reco-Master) “Galanga Livre” exalta sonoridades das raízes africanas, combinadas com letras que abordam a consciência e a valorização da afrodescendência no Brasil contemporâneo. Lançado pelo selo Boia Fria Produções, o conjunto da obra rendeu as bênçãos de três grandes referências de Rincon Sapiência, os rappers Xis, Mano Brown e Black Alien. Os elogios dos veteranos estão registrados no belo encarte que acompanha a versão física do álbum, que chega às prateleiras no dia 15 de junho. Enquanto isso, os fãs do rapper poderão se deleitar com as músicas, que serão disponibilizadas nas principais plataformas de streaming.

Atestando o porquê do seu vulgo Manicongo, no disco o “Senhor do Congo” da Zona Leste de São Paulo cria a narrativa sobre o crescente empoderamento dos pretos e pretas no Brasil. A história se desenvolve a partir da saga de liberdade do escravo Galanga, personagem de um conto fictício criado por Danilo Albert Ambrósio, o cidadão do mundo que assina artisticamente com o nome de Rincon Sapiência. Após sua fuga, Galanga passa pela quebra das antigas correntes que prendiam o ex-escravo, que agora liberto se aventura pelas ruas da cidade grande, numa mistura de ficção e da cruel realidade rotineira dos grandes centros urbanos. No caminho, as músicas são a trilha sonora do relato sobre as armadilhas da opressão secular que se impõe ao povo preto. Transitando entre uma África onde viveram reis e rainhas e a África diaspórica futurista que hoje ocupa as metrópoles, Galanga desfila livre e imponente o orgulho de suas origens através da afirmação política e da estética preta.



O resultado é uma sequência de afro raps intensos, que alternam na medida certa um discurso cortante sobre a autoafirmação dos afro-brasileiros com baladas mais sutis sobre temas cotidianos que, ainda assim, conservam um olhar crítico. Tudo isso é balanceado pela habilidade nata de Rincon Sapiência em jogar com as palavras e por sua notável fome de rima, que o consagram como um dos Mc’s mais talentosos do rap nacional. No álbum “Galanga Livre” sente-se a força da versatilidade do rapper, revelada pela sua total imersão no processo criativo de suas músicas desde a ideia inicial até o produto final. Assim, o disco sinaliza a impressionante evolução de suas produções independentes, expondo como Rincon tem escurecido o seu verso e a sua música através de uma postura de afrontamento no debate da identidade preta na atualidade. Como diz o Mc: se a vida é um filme, seu Deus é que nem Tarantino, e ele tá tipo Django. Livre!

FICHA TÉCNICA
Produção Musical: Rincon Sapiência
Mixagem, Direção e Coprodução Musical: William Magalhães
Masterização: Arthur Joly (Reco-Master)
Produção Executiva: Mariana Bergel
Produção Fonográfica: Rincon Sapiência e Boia Fria Produções
Selo: Boia Fria Produções
Fotografia: Renato Stockler
Assistente de Fotografia: PC Siqueira
Figurino: Brechó Frou Frou

Figurinista: Hanna Saboia
Beleza: Esthé Luz

Arte Gráfica: Savia Design & Branding

Produção Musical na faixa “Amores às Escuras”: Gambia Beats
Scratches nas faixas “Crime Bárbaro”, “Meu Bloco” e “A Coisa Tá Preta”: DJ Mista Luba
Guitarra nas faixas “Vida Longa” e “Benção”: Robson Heloyn
Flauta na faixa “Vida Longa”: Cauê Vieira
Coro na faixa “Moça Namoradeira”: Jurema Otaviano e Jussara Otaviano
Guitarra nas faixas “Crime Bárbaro” e “A Noite é Nossa”: William Magalhães
Arranjo de Cordas na faixa “A Volta Pra Casa”: William Magalhães
Participação Especial na faixa “Benção”: William Magalhães
Teclados nas faixas “A Noite é Nossa” e “Amores às Escuras”: William Magalhães

Capa oficial 


FAIXAS
01 – INTRO
02 – CRIME BÁRBARO
03 – VIDA LONGA
04 – A VOLTA PRA CASA
05 – MEU BLOCO
06 – MOÇA NAMORADEIRA
07 – A NOITE É NOSSA
08 – AMORES ÀS ESCURAS
09 – A COISA TÁ PRETA
10 – BENÇÃO
11 – GALANGA LIVRE
PERÍODO PÓS GALANGA – BÔNUS TRACKS
12 – OSTENTAÇÃO À POBREZA
13 – PONTA DE LANÇA (VERSO LIVRE)

+Rincon Sapiência
Nascido e criado na Cohab 1, zona leste de São Paulo, Danilo Albert Ambrosio (31) iniciou sua carreira em 2000, cantando em grupos do bairro. As experiências vividas nas ruas da periferia paulistana desde a metade dos anos 80 são traduzidas por Rincon Sapiência em versos inteligentes e sagazes, que abordam questões raciais e sociais no contexto da metrópole.  Em 2004, o rapper ganhou destaque como Mc fazendo rimas de improviso, e, desde então, passou a se dedicar profissionalmente ao Rap. A projeção nacional veio a partir de 2005, quando Rincon Sapiência venceu o campeonato de improviso realizado durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. No mesmo ano, o rapper se aliou ao selo Plano Áudio, idealizado pelo rapper Kamau, com quem lançou sua primeira faixa “Aventureiro” no disco “Escuta aí”, do grupo Simples.

Em 2008, Rincon participou no aclamado disco solo de Kamau, “Non Ducor Duco”, nas faixas “Por que eu Rimo” e “Tambor”, as quais também contribuíram para que o disco fosse considerado pela Revista Rolling Stone brasileira como um dos 25 melhores discos nacionais daquele ano. No ano seguinte, Rincon se firmou como protagonista na cena Hip Hop com a música “Elegância”, que caiu no gosto dos Dj’s e se tornou uma das faixas do rap brasileiro mais tocada em bailes no país. A música ganhou um videoclipe, que entrou na programação da MTV Brasil e foi indicado ao VMB 2010 na categoria Melhor Videoclipe de Rap. No mesmo ano, Rincon Sapiência participou do álbum “Projeto Paralelo”, da banda NX Zero - do qual também participaram outros Mc’s de peso do rap nacional como Emicida, Kamau e Rappin’ Hood – na faixa “Tarde pra Desistir”, uma das mais executadas do disco.

Característica marcante da sua produção artística, a exaltação de temas relacionados às raízes africanas é uma constante nas músicas de Rincon Sapiência, que abordam a consciência e a valorização da afrodescendência, reconhecida em solo africano durante os festivais dos quais o Mc participou em 2012. Tanto na sua apresentação no Festival 2H, em Dakar, capital do Senegal, quanto no festival Asalam Maleikum Hip Hop, na Mauritânia, Rincon Sapiência foi aclamado pelo público africano. No berço de seus ancestrais, Rincon mostrou que estava em casa pela sua performance de palco contagiante e também pelos instrumentais utilizados, como o sample de berimbau e referências à capoeira na faixa "Música Preta".

Em 2014, Rincon lançou “SP Gueto BR”, o primeiro EP da carreira do rapper, que contém 8 faixas oficiais e duas faixas bônus. Um dos destaques do rap nacional daquele ano, o EP foi em grande parte produzido pelo próprio Mc, e traz uma forte identidade musical, com influências das músicas eletrônica, rock, ska, reggae, samba e até o clássico estilo boombap dos anos 90. Desde então, o rapper vem lançando alguns singles de grande repercussão, que também contam com videoclipes alinhados ao discurso e à estética das músicas.

Em dezembro de 2016, Rincon Sapiência surpreendeu a cena com “Ponta de Lança (Verso Livre)” ao lançar uma provocação interessante aos admiradores do rap nacional. Inspirado pela cena atual no país, a música propõe o resgate da cultura do MC ao destacar a magia das palavras, o encaixe das rimas e as histórias contadas através das letras. Em pouco tempo o videoclipe dirigido por Jonah Emilião (Rasputines art) alcançou mais de 5 milhões de visualizações no Youtube e rendeu elogios do consagrado ator francês Vincent Cassel pela sua originalidade estética. Gravado com uma câmera Sony vx2000 nas ruas da Cohab 1, na periferia de São Paulo, o clipe traz naturalmente a textura dos vídeos antigos, remontando à época em que o MC ocupava lugar de destaque no rap brasileiro.

Rincon Sapiência faz parte do coletivo Audácia junto com o grupo Q.I. Alforria e os Mc's DiKampana, Raphão Alaafin, R.G. do Q.I., James Bantu, ZeroOnze, Rocha e Ba Kimbuta. Na sua carreira solo, o artista conta com as habilidades do DJ Mista Luba, parceria nutrida desde 2004. Em ambos os trabalhos, Rincon se destaca pela música e postura elegantes, marcadas pela sutileza contundente das metáforas, que prezam pela originalidade e inteligência, livres de vulgaridade. Assim, seu perfil rendeu participações em campanhas que utilizaram o rap em seus conceitos, como o cypher “Revolução”, lançada pela Nike, e a da Caixa Econômica Federal que homenageou a atleta olímpica Fabiana Murer durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.

A universalidade da música e dos temas abordados pelo repertório de Rincon favorecem o seu trânsito em outros círculos que não sejam necessariamente periféricos. Sua forte identidade artística, reforçada pelo seu estilo original, também está presente na videografia do rapper, que conta com os clipes "Elegância", "Transporte Público", “Linhas de Soco”, "Profissão Perigo", "Coisas de Brasil", “A Coisa tá Preta”, “Ponta de Lança”, “Meu Bloco” e “Ostentação À Pobreza”, além da recente participação no cypher “Poetas no Topo 3.1”. A estreia nas telonas como ator veio em 2013, ao contracenar com o ator Wagner Moura no filme "A Busca", dirigido por Luciano Moura, seguida da participação no filme “Jonas”, dirigido por Lô Polliti, do qual também participaram os rappers Criolo e Karol Conka.


+Boia Fria Produções
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