Conheça um pouco sobre o rei africano que deu origem ao nome da musica "Mandume" do Emicida
O álbum Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa do Emicida, é todo voltado a raiz africana, pra quem ouviu sabe do que estou falando, são letras que exaltam a religião afro,letras que exaltam a beleza da mulher negra, alem de temas forte como a revolta do povo negro com os patrões.
Depois da musica "Boa Esperança" que teve grande repercussão não só pela letras mas também pelo clipe, a musica Mandume é foda pra caralho é uma aula de rima e confronto com os brancos racistas.. e burgueses. Mas primeiro vamos saber quem foi o rei Mandume.
Mandume Ya Ndemufayo (1894 — Sul de Angola, 6 de Fevereiro de 1917) foi o último rei dos Cuanhamas, um povo pertencente ao grupo etnolonguístico dos ovambo (ou ambó) do sul de Angola e norte da Namíbia.
Mandume foi escolarizado por missionários protestantes alemães, naquilo que na altura era o Sudoeste Africano Alemão, a Namíbia de hoje, território ao qual ficou integrado boa parte do reino cuanhama e da sua população. Chegou ao poder em 1911 e seu reinado durou até 1917, coincidindo portanto com o período em que o poder colonial português se concentrou na ocupação efectiva, pela força, do território de Angola, conforme exigido pelo Princípio da Ocupação Efectiva da Conferência de Berlim.[2] .
Mandume opôs aos portugueses uma resistência tenaz, enfrentando ao mesmo tempo o avanço dos ocupantes alemães que vinham do sul. Face à superioridade militar dos europeus, acabou vencido. Segundo a tradição oral angolana, Mandume, ao notar que já não tinha outra saída, preferiu suicidar-se ao ter que se render. O relato oficial Sul-africano afirma no entanto que Mandume foi morto a tiros por um destacamento das forças sul-africanas.[3] [4] Em 2002 foi inaugurado o Complexo Memorial do Rei Mandume no local onde o rei perdeu a vida e onde se encontra sepultado. Em 2009, a universidade pública constituída no Lubango, a partir de faculdades anteriormente pertencentes à Universidade Agostinho Neto, recebeu o nome "Universidade Mandume ya Ndemufayo".
Ouça e confira a letra da musica.
[Refrão: Emicida]
Eles querem que alguém
Que vem de onde nóiz vem
Seja mais humilde, baixa a cabeça
Nunca revide, finge que esqueceu a coisa toda
Eu quero é que eles se... !
Eles querem que alguém
Que vem de onde nóiz vem
Seja mais humilde, baixa a cabeça
Nunca revide, finge que esqueceu a coisa toda
Eu quero é que eles se... !
(Nunca deu nada pra nóiz, caralho!)
(Nunca lembrou de nóiz, caralho!)
(Nunca deu nada pra nóiz, caralho!)
(Nunca lembrou de nóiz, caralho!)
[Verso 1: Drik Barbosa]
Sou Tempestade, mas entrei na mente tipo Jean Grey
Xinguei, quem diz que mina não pode ser sensei?
Jinguei, sim sei, desde a Santa Cruz, playboys
Deixei em choque, tipo Racionais, "Hey Boy! "
Tanta ofensa, luta intensa nega a minha presença
Chega! Sou voz das nega que integra resistência
Truta rima a conduta, surta, escuta, vai vendo
Tempo das mulher fruta, eu vim menina veneno
Sistema é faia, gasta, arrasta Cláudia que não raia
Basta de Globeleza, firmeza? Mó faia!
Rima pesada basta, eu falo memo, igual Tim Maia
Devasta esses otário, tipo calendário Maia
Feminismo das preta bate forte, mó treta
Tanto que hoje cês vão sair com medo de bu
Drik Barbosa, não se esqueça
Se os outros é de tirar o chapéu, nóiz é de arrancar cabeça
[Verso 2: Amiri]
Mas mano, sem identidade somos objeto da História
Que endeusa "herói" e forja, esconde os retos na História
Apropriação a eras, desses tá na repleto na História
Mas nem por isso que eu defeco na escória
Pensa que eu num vi?
Eu senti a herança de Sundi
Ata, não morro incomum e
Pra variar, herdeiro de Zumbi
Segura o boom, fi
é um e dois e três e quatro, não importa, já que querem eu cego eu "Tô pra ver um daqui sucumbir! " (não!)
Pela honra vinha Man
Dume: Tira a mão da minha mãe!
Farejam medo? Vão ter que ter mais faro
Esse é o valor dos reais, "caros"
Ao chamado do alimamo: Nkosi Sikelel', mano!
Só sente quem teve banzo
(Entendeu?) Eu não consigo ser mais claro!
Olha pra onde os do gueto vão
Pela dedução de quem quer redução
Respeito, não vão ter por mim?
Protagonista, ele preto sim
Pelo gueto vim, mostrar o que difere
Não é a genital ou o "macaco! " que fere
É igual me jogar aos lobos
Eu saio de lá vendendo colar de dente e casaco de pele
[Verso 3: Rico Dalasam]
Meme de negro é: me inspira a querer ter um rifle
Meme de branco é: não trarão de volta (?)
Arranca meu dente no alicate
Mas não vou ser mascote (?) da marmita
Sou fogo no seu chicote
Enquanto a pessoa for morte pra manter a ideia viva
Domado eu não vivo, não quero seu crime
Ver minha mãe jogar rosas
Sou cravo, vivi dentre os espinhos treinados
Com as pragas da horta
Pior que eu já morri tantas antes de você
Me encher de bala não marca, nossa alma sorri
Briga é resistir nesse campo de fardas
(Cêloko Cachoeira!)
[Refrão: Emicida]
Eles querem que alguém
Que vem de onde nóiz vem
Seja mais humilde, baixa a cabeça
Nunca revide, finge que esqueceu a coisa toda
Eu quero é que eles se... !
Eles querem que alguém
Que vem de onde nóiz vem
Seja mais humilde, baixa a cabeça
Nunca revide, finge que esqueceu a coisa toda
Eu quero é que eles se... !
(Nunca deu nada pra nóiz, caralho!)
(Nunca lembrou de nóiz, caralho!)
(Nunca deu nada pra nóiz, caralho!)
(Nunca lembrou de nóiz, caralho!)
[Verso 4: Muzzike]
Banha meu símbolo, gora meu manto que eu vou subir como rei
Cês vive da minha cicatriz, eu tô pra ver sangrar o que eu sangrei
Com a mente a milhão, livre como Kunta Kinte, eu vou ser o que eu quiser
Tá pra nascer playboy pra entender o que foi ter as corrente no pé
Falsos quanto Kleber Aran, os vazio abraça
La Revolução tucana, hip-hop reaça
Doce na boca, lança perfume na mão, manda o mundo se foder
São os nóia da Faria Lima, jão, é a Cracolândia Blasé
Jesus de polo listrada, no corre, corte degradê
Descola o poster do 2pac, que cês nunca vão ser
Original favela, Golden Era, rua no mic
Hoje os boy paga de 'drão, ontem nóiz tomava seus Nike
Os vira lata de vila, e os pitbull de portão
Muzzike, filho de faxineira, eu passo o rodo nesses cuzão
Ando com a morte no bolso, espinhos no meu coração
As hiena tão rindo de quê, se o rei da savana é o leão?
[Verso 5: Raphão Alaafin]
Canta pra saldar, negô, seu rei chegou
Sim, Alaafin, vim de Oyó, Xangô
Daqui de Mali pra Cuando, De Orubá ao banco
Não temos papa, nem na língua ou em escrita sagrada
Não, não na minha gestão, chapa
Abaixa sua lança-faca, espingarda faiada
Meia volta na Barja, Europa se prostra
Sem ideia torta no rap, eu vou na frente da tropa
Sem eucaristia no meu cântico
Me vêem na Bahia em pé, dão ré no Atlântico
Tentar nos derrubar é secular
Hoje chegam pelas avenidas, mas já vieram pelo mar
Oya, todos temos a bússola de um bom lugar
Uns apontam pra Lisboa, eu busco Omonguá
Se a mente daqui pra frente é inimiga
O coração diz que não está errado, então siga!
[Verso 6: Emicida]
Dores em Loop-cínio, os (?), quê?
Ao ver o Simonal que cês não vai foder
Grande tipo Ron Mueck, morô muleque? Zé do Caroço
Quer photoshop melhor que dinheiro no bolso?
Vendo os rap vender igual Coca, fato, não, não
Melhor, entre nóiz não tem cabeça de rato
É Brasil, exterior, capital interior
Vai ver nóiz gargalhando com o peito cheio de rancor
Como prever que freestyles, vários necessários
Vão me dar a coleção de Miley Cyrus
Misturei Marley, Cairo, Harley, Pairo, firmeza
Tipo Mario, entrei pelo cano mas levei as princesa
Várias diss, não sou santo, imã de inveja é banto
Fui na Xuxa pra ver o que fazer se alguém menor te escreve tanto
Tô pelo adianto e as favela entendeu
Considere, se a miséria é foda, chapa, imagina eu
Scorsese, minha tese não teme, não deve, tão breve
Vitória do gueto, luz pra quem serve?
Na trama conhece os louro da fama
Ok, agora olha os preto, chama!
[Refrão: Emicida]
Eles querem que alguém
Que vem de onde nóiz vem
Seja mais humilde, baixa a cabeça
Nunca revide, finge que esqueceu a coisa toda
Eu quero é que eles se... !
Eles querem que alguém
Que vem de onde nóiz vem
Seja mais humilde, baixa a cabeça
Nunca revide, finge que esqueceu a coisa toda
Eu quero é que eles se... !
(Nunca deu nada pra nóiz, caralho!)
(Nunca lembrou de nóiz, caralho!)
(Nunca deu nada pra nóiz, caralho!)
(Nunca lembrou de nóiz, caralho!)
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