Luso Hip hop Entrevista Fly Skuad
Fly Skuad rapper angolano que está a preparar a sua segunda mixtape intitulada "666 Barras de Fly Skuad". Concedeu uma entrevista ao Blog do Kratos o LusoHipHop...
Deixo aqui uma das questões que respondeu, para vós adoçar e incentivar a lerem todinha...
LHH: Qual a tua opinião sobre o actual estado do hip hop lusófono e angolano em particular?
Fly: O rap lusófono está a crescer e é notável a sua evolução. Em tempos quando se falava em Hip Hop na lusofonia era muito mais Portugal e Brasil, hoje países como Angola, Moçambique e Cabo Verde, já têm trabalhos relevantes e que servem como referência no movimento. Chegamos a uma fase em que os rappers começaram a atingir outros pontos, independentemente do estilo, já é possível ver que muitos estão a projectar carreiras e com perspectivas de crescimento no futuro.
Sou muito mais crítico quando se trata do nosso rap, porque reparo que ele tem muitos problemas, pois ele cresceu muito, mas devido a esse crescimento os problemas também aumentaram. Os rappers agora estão a ceder muito às exigências que a comunicação social estabelece, quando a comunicação social é que devia ceder às exigências que o rap tem, daí o caso de muitos deixarem de ser o que são para poder tocar nas rádios ou passar na televisão e tornam-se ridículos. O que mais temos aqui são fotocópias, ou seja, rappers sem originalidade, e o engraçado é que algumas dessas cópias conseguem ter sucesso. É triste ver artistas que juraram ser sempre eles, a se deixarem levar pela moda, por exemplo essa questão de misturarem o rap com outros estilos, tipo kuduro e kizomba, não tem sentido porque são feitas com objectivos comercias, ou seja, elas são feitas porque “estão a bater” e muitos acham que é a forma mais fácil de conseguir sucesso, só que eles não percebem que estão a levar o nosso rap para o lado mais podre, eu nunca imaginei que aqui o hip hop atingiria este lado da ridicularidade, mas já atingiu e será pior se não fizermos algo, porque a nova geração que está aí a vir, está a ser afectada por esta onda de rappers medíocres e básicos. Não quer dizer que não respeito a mistura no hip hop, ela já existe, temos o “Rnb” e outras mais, só que eu só respeito se a mistura for feita com amor e se for com um estilo que combina com o rap, aí sim posso tirar o chapéu e reconhecer que a música está cada vez maior e sem limites de progressão.
Mas por outro lado, devo reconhecer que o rap está bom, porque ainda existem alguns mcs da antiga escola com ideias positivas e permanecem originais até hoje, há também o surgimento de muitos bons mcs da nova geração, que deram sangue novo ao rap e trouxeram coisas mais criativas e está a fazer com que o nosso rap chegue muito mas longe.
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